» » Exonerações levam incerteza a profissionais da Rede Minas e da Rádio Inconfidência; 6 mil nomes foram cortados

A emissora Rede Minas e a Rádio Inconfidência, que fazem parte da comunicação pública do Estado, entraram na lista de órgãos com funcionários exonerados a partir de um decreto assinado pelo governador Romeu Zema. Agora, com o desligamento dos profissionais, o clima é de incerteza junto às equipes. Isso porque as atividades das emissoras podem ser prejudicadas.

Sede da Rede Minas e da Inconfidência; ao lado o governador Romeu Zema (Divulgação/RedeMinas/EBC)

Ao todo, o decreto de exoneração publicado em edição extra do Diário Oficial de Minas, nesta quarta (2), cortou cerca de 6 mil pessoas dos quadros do Executivo. O presidente da Rádio Inconfidência, Elias Santos, e a presidente da Rede Minas, Luiza Castro, teriam sido exonerados. Na TV, o corte teria afetado ainda profissionais de diferentes áreas, como explicou a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Alessandra Mello, ao BHAZ.
“O sindicato ainda levanta dados para confirmar a real situação das emissoras, mas já sabemos que na Rede Minas diversos profissionais foram exonerados, de motoristas a cinegrafistas”, diz. “Dizem que 1/3 dos funcionários foram desligados e nesse meio muita gente de área extremamente técnica. Sem essa mão de obra, a TV não tem condições de produzir conteúdos e deve passar a reprisá-los”, pontua Alessandra. Em mensagem publicada no Facebook, a respeito da exoneração, o sindicato diz ainda que a TV pode não ir ao ar nesta quinta-feira (3).

Com o futuro incerto, a presidente do SJPMG aponta duas possibilidades. A primeira é a de que os profissionais sejam recontratados ou que novas nomeações sejam feitas. Na pior das hipóteses, caso os cargos fiquem vagos, a TV pode sofrer sucateamento e ter suas atividades interrompidas. Para Alessandra, a segunda opção provocaria uma “perda terrível”.
“As pessoas podem dizer que a TV não dá audiência para justificar essa situação, mas o objetivo da comunicação pública é garantir diversidade, é ser diversa, além de mostrar a cultura e as tradições de Minas Gerais. O mesmo com a Rádio Inconfidência: quantos artistas deixaríamos de ouvir e conhecer. São conteúdos que não estão nos canais hegemônicos e são importantes para os mineiros. A comunicação pública não tem interesse em disputar audiência “, pontua.
Alessandra explica ainda que o sindicato tenta contato com o governo Zema e com o vice Paulo Brant, que assumiu a Secretaria de Cultura, para que a comunicação pública em Minas seja discutida. “Entendemos que existe uma demanda gigantesca nesses primeiros dias de governo, mas aguardamos uma conversa com quem quer que seja o interlocutor. Não sabemos ainda se com [as pastas] Comunicação ou Cultura, mas buscamos diálogo”, diz.
Nesta quinta-feira (3), uma reunião deve ser realizada entre representantes do sindicato dos jornalistas e profissionais exonerados. O encontro está marcado para ocorrer a partir das 13h, na porta da Rede Minas, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Procurado pelo BHAZ, o Governo Zema informou que apura a situação e que deve emitir um posicionamento a respeito em breve. A matéria será atualizada assim que houver um retorno.

Exonerações

O decreto de exoneração cortou funcionários que ocupavam cargos de recrutamento amplo – nomeados de forma livre pelo Executivo – e servidores de carreira realocados em cargos comissionados, que deve voltar à posição inicial. Alguns setores, no entanto, foram excluídos do decreto e permanecem intocados: as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros, fundações hospitalares e três secretarias integram a lista, que contém cerca de 6 mil nomes exonerados.
O Governo de Minas também disse que vai emitir um nota a respeito das exonerações, de modo geral, em breve. “De grão em grão a galinha enche o saco. Se o atual governo tivesse reduzido o que ele acha pouco, que são aí cerca de 6 mil funcionários que estão sendo exonerados hoje, teria tido condição de, pelo menos nos 48 meses que durou a gestão dele, de estar pagamento meio 13º. Já seria alguma coisa, mas ele falou que isso é desprezível”, disse Zema sobre a situação em entrevista ao jornal Bom Dia Minas, da Globo, nesta quarta-feira (2).

FONTE: BHAZ

Postado por César Oliveira

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