» » Pesquisadores se posicionam sobre novas perspectivas da história do rádio



Estudiosos do setor divulgam uma carta aberta com novas descobertas e propõem a revisão da data oficial do início do rádio em terras brasileiras.

Por Fernanda Nardo

A ciência, como se sabe, avança a partir de novas descobertas. Em 2019, pesquisadores brasileiros posicionaram-se a respeito de uma nova perspectiva sobre o pioneirismo do meio rádio. E, neste mês de setembro, estudiosos do setor divulgaram uma carta aberta para expor novamente ao público esses achados, com a intenção de promover o reparo, no que se considera hoje, a data oficial do início do rádio em terras brasileiras.

Segundo a carta divulgada, pesquisas realizadas ao longo dos últimos 30 anos, confirmam que, como instituição, o meio começa a se constituir ainda em meados da década de 1910, ano em que operadores amadores já operavam estações. Esse processo transformou experimentos de comunicação por ondas eletromagnéticas, possibilitando a passagem da radiotelefonia para o meio rádio. Consolidando-se a partir de 1932 com a regulamentação da publicidade radiofônica por parte do governo federal.

Assim, o professor e pesquisador Luiz Artur Ferraretto explica que a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 20 de abril de 1923, não é a pioneira da radiodifusão brasileira. O Rádio Clube de Pernambuco, instalado em 6 de abril de 1919, a precede. “Como emissora o meio rádio começa em Pernambuco, mas isto não foi noticiado nos jornais, somente por relatos orais de sobreviventes, já que as transmissões eram proibidas pelo governo no contexto da época”, afirma.

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro não começou a transmitir em 7 de setembro de 1922. Naquela data, durante a inauguração da Exposição Internacional do Rio Janeiro, evento comemorativo ao centenário da independência do país, onde ocorreu foi uma demonstração pública, diz resumo do estudo.

“Não dá para dizer que o rádio brasileiro completa 100 anos no dia 7 de setembro, eu diria que a data da Exposição Internacional do Rio de Janeiro é a data da primeira demonstração de impacto público no país, com a intenção de vender equipamentos de rádio comunicação. Havia um interesse econômico e não de criar estações de rádio como temos hoje”, diz.

Ferraretto e outros pesquisadores defendem o pioneirismo do meio, considerando o processo de desenvolvimento do rádio como instituição social, levando em conta o contexto histórico e sendo ampliada no dia a dia, ao invés apenas de um marco técnico, como “a primeira transmissão”.


FONTE: AERP - Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Postado por César Oliveira

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