» » Em coluna do globoesporte.com Casagrande faz homenagem ao rádio e a televisão



Confira as palavras de Walter Casagrande Júnior:

O Brasil passa por um momento crítico em relação à pandemia de Covid-19, batendo o recorde macabro de mortes a cada 24h. Faz um ano que estamos nessa situação, com a "gripezinha" nos matando. Muita coisa mudou nas nossas vidas e no jornalismo esportivo.

Fico impressionado com os narradores de rádio e TV fazendo o máximo para dar emoção num gol, numa jogada sem ninguém no estádio. Desde a época em que jogava, sempre tive grande admiração pelos profissionais do esporte.

Dei muitas entrevistas para os repórteres de rádio, gosto muito de lembrar do Roberto Carmona, Fausto Silva, Wanderley Nogueira e Henrique Guilherme, que hoje é um excelente comentarista na Rádio Transamérica, em São Paulo. Isso sem contar a excelente Regiani Ritter, a primeira mulher a fazer uma entrevista dentro de um vestiário depois de um jogo. E ainda foi comigo!

Narradores como Luciano do Valle, Galvão Bueno, Silvio Luiz, Luiz Noriega, Fernando Solera, Oliveira Andrade... É gostoso lembrar dessa época e como era legal participar do programa Balancê, na Rádio Globo, ouvindo as narrações de gols do Osmar Santos, José Silvério, Fiori Gigliotti, pensando se um dia esses caras iriam narrar um gol meu.

Nesses tempos difíceis, o me conforta é lembrar das épocas boas que passei na vida até chegar essa pandemia terrível.

Quando o José Trajano me chamou para ser comentarista na ESPN Brasil, fui sem muita responsabilidade. Ele foi um dos meus mestres na televisão, me deu vários toques que uso até hoje. Fui comentarista do Milton Leite, Luis Roberto, Nivaldo Prieto, trabalhei com Paulo Calçade, Pedro Bassan, Gilvan Ribeiro na reportagem. Foi um cursinho de alto nível para depois ser contratado pela Globo, pelo saudoso diretor Marco Mora, que também virou meu mestre com Trajano.

Aí, sim, a responsabilidade aumentou. Tive que virar profissional, de cara comentei Criciúma x Corinthians, com o Galvão narrando. Passando por esse teste, sabia que tudo daria certo como realmente deu. Reencontrei várias pessoas que trabalharam comigo na ESPN: Luis Roberto e Pedro Bassan. Mais tarde, Milton Leite.

Cheguei em agosto de 1997 e, em 98, já fui para Copa do Mundo. Fiz diversos jogos com Arnaldo e Wright como comentaristas de arbitragem. De 1999 em diante, virei comentarista com Falcão dos jogos da seleção brasileira, depois com o Júnior. Fiz duas Copas com Ronaldo, Caio Ribeiro, várias edições da Copa América, Copa das Confederações, amistosos, Olimpíadas. Sempre com uma equipe espetacular, com Mauro Naves, Tino Marcos, a liderança de João Ramalho e todos que faziam parte da cobertura da seleção brasileira.

Hoje, tenho prazer em trabalhar com outros grandes amigos: Everaldo Marques, Odinei Ribeiro, Jota Júnior, Salvio Spinola, Maurício Noriega, Gustavo Villani, Alexandre Lozetti e tantas outras pessoas.

Olha, esse é um exercício que devemos fazer mais vezes durante esse período. Lembrar de coisas e pessoas legais, de maravilhosos trabalhos, eventos. Não tenho a mínima ideia de como será depois que tudo isso passar.

Todos nós perdemos gente que amávamos muito, mas temos que passar por tudo isso e continuar vivendo de uma forma ou de outra. Em 2022, teremos a primeira Copa do Mundo no fim de tudo isso? Ou será a primeira Copa no meio de tudo isso?

Espero mesmo que a vida em 2022 comece a criar um novo desenho porque normal nunca mais será.

Texto extraído do portal globoesporte.com da coluna "De peito aberto, por Casagrande"

Postado por César Oliveira

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