» » Violência contra o Rádio: Violações à liberdade de imprensa dobram em 2016


Um debate entre jornalistas e entidades representativas da imprensa, realizado nesta semana, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, coloca em foco a realidade vivida pelos profissionais brasileiros no exercício do jornalismo.
O diretor de Assuntos Legais e Institucionais da ABERT, Cristiano Lobato Flôres, apresentou o relatório sobre os casos de violações à liberdade de imprensa e de expressão no Brasil. Os números são preocupantes.
De acordo com o relatório, até o momento, foram registrados 205 casos, quase o dobro dos ocorridos em 2015, quando foram contabilizados 116 casos.
Dos 205 casos, 96 são de agressões. Há ainda relatos de ataques, vandalismos, ofensas, intimidações e censuras.
Para a ABERT, está claro que toda violência cometida contra os profissionais da comunicação se traduz numa tentativa de cerceamento ao direito de informação. Para Flôres, atualmente os casos de censura são muito mais complexos que na década de 70 e 80. “São plurais e indiretos, além de serem públicos. Acontecem por meio de decisões judiciais ou até mesmo pelo abuso da violência policial, ou privado, decorrente das manifestações que tomaram as ruas brasileiras. Independentemente de onde vem essa censura, ela ofende a liberdade de imprensa”, afirmou.
Violência contra o Rádio
Um dos casos mais chocantes e emblemáticos dessa situação foi o cruel atentado, que destruiu completamente o estúdio da Rádio Municipal FM 92.5, localizada em Quedas do Iguaçu/PR. Este foi um ataque contra a liberdade de expressão e a democracia.
No início deste mês, a Rádio Municipal FM 92.5, que tem mais de 35 anos de atuação na cidade, foi invadida por pessoas, ainda não identificadas, que atearam fogo na emissora e fugiram. O estúdio foi completamente destruído pelas chamas.
Para o presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), Alexandre Barros, o próprio perfil do meio rádio acaba se tornando um agravante em meio a essa violência. “Justamente por seu imediatismo, linguagem direta e proximidade junto às comunidades, o rádio desenvolve uma atuação social muito mais forte que outros veículos. Isso faz com que a repercussão de seus conteúdos tenha um grande peso na opinião pública”, avalia Barros.
De fato, a praticidade e a informalidade do rádio são características apontadas por especialistas como elementos fundamentais para o compromisso social que o meio desenvolve. De acordo com o jornalista e professor, Valdir Cruz, o rádio, por ser um veículo barato e ágil, está sempre próximo da população e garante uma função social natural. “Entre todos os meios de comunicação, incluindo a internet no celular, o rádio é o mais prático, já que exige apenas um sentido para ser captado, a audição. Além disso, a agilidade na transmissão dos conteúdos complementa esse potencial de utilidade social; com isso, ele se torna fundamental para o fortalecimento da cidadania, oferecendo e disseminando informação, cultura e educação”, explica.
O relatório da Abert ainda não está concluído, mas traz informações importantes. Para ter acesso clique aqui.
Fonte: Abert e Aerp

Postado por César Oliveira

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