» » Locutor atingido por cuspes e lixeira no Allianz Parque fala sobre trauma


A finalíssima do Paulistão, no último domingo (9), no Allianz Parque, foi uma decepção não apenas para os torcedores palmeirenses presentes na arena como também para alguns profissionais de imprensa.

O locutor Ramoni Artico, da web rádio Poliesportiva, que trabalhava no local junto de sua equipe, foi atingido por cusparadas e por uma lixeira arremessada em sua cabine.
Como gravar as transmissões é prática comum entre veículos de rádio, Artico teve o momento registrado e pôde identificar os agressores.

Ele, que pretende tomar providências contra o clube e os torcedores envolvidos, falou ao R7 sobre o ocorrido e trauma que passou no dia do título do Corinthians.
"Foi surpreendente. Você não imagina que vai trabalhar num local como aquele e que não haverá segurança o suficiente. Mas voltarei a trabalhar com a cabeça erguida. Na quarta, contra o Boca, inclusive, já estarei lá. E no mesmo lugar onde fui atingido", contou Ramoni.


Momento das agressões
"Estávamos fechando a transmissão. Aconteceu pouco mais de dez minutos depois de o Corinthians ganhar o título. Era uma conversa entre eu, o comentarista e o repórter.
De repente, começaram a ser disparados cuspes, bandeirolas e xingamentos contra nós. Vimos uma mulher fazer gestos numa ira absurda e até senhores também nos ofendendo.
Inclusive, cerca de 70% das pessoas que passavam por perto gritavam “imprensa gambá!, imprensa gambá!, imprensa gambá!”, de maneira a dizer que todos os jornalistas ali tivessem alguma ligação com o Corinthians.

Tudo isso até que chegou o momento derradeiro, quando um homem, um pouco mais exaltado, subiu em cima da mureta e começou a berrar contra a imprensa de modo geral. A princípio, ele xingava e cuspia. Depois, ele sumiu por uns trinta segundos, foi ao corredor e nos arremessou a lixeira."

"Agressões eram à imprensa"
"É importante lembrar que todas essas atitudes não foram ao Ramoni ou à Poliesportiva. Foi tudo contra a imprensa, de modo geral. Como estávamos posicionados mais próximos à saída, fomos nós que sofremos.

Mas essas manifestações selvagens e inconsequentes tinham como objetivo aterrorizar a imprensa.

O ódio que foi passado naquele instante, quando tudo aconteceu, era contra a imprensa. A imprensa foi a atacada. Eu fui um mero coadjuvante."

Providências
"Estou conversando com advogados e estudo a possibilidade de abrir uma ação judicial contra as empresas, pessoas e órgãos envolvidos em toda essa situação. Não creio que isso possa prejudicar minha carreira.

Muitos jornalistas sofreram com situações assim e não se posicionaram, mas não sou desse tipo de jornalista. Vou ao local de trabalho e respeito a todas as pessoas e regras pré-estabelecidas, então exijo respeito também.

Acredito que o Palmeiras vai assumir o erro, apesar de ter lançado nenhuma nota até agora. Por meio de uma assessora do clube, descobri que existe a possibilidade do Palmeiras me ajudar com algumas imagens do estádio para identificar os agressores. No nosso [vídeo], dá para ver apenas metade do homem que nos lançou a lixeira.

Não estou agindo de má fé. Estou agindo com provas de tudo que ocorreu. Quando você vai trabalhar num local, você imagina que há um corpo de segurança capaz de dar proteção suficiente para que você exerça o seu trabalho. Infelizmente isso não aconteceu ontem.

Mas eu voltarei a fazer jogos lá. Farei a transmissão como se nada tivesse acontecido. Não quero fazer sensacionalismo em cima do que aconteceu."
FONTE: R7

Postado por César Oliveira

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